
O crime organizado no Brasil tem sua principal fonte de receita na venda ilegal de combustíveis e no contrabando de bebidas, superando os ganhos obtidos com o tráfico de drogas.
Um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado nesta quarta-feira (12), aponta que essas práticas movimentam mais de R$ 146 bilhões anualmente, enquanto o tráfico de cocaína gera R$ 15 bilhões.
O setor de combustíveis lidera entre os mais rentáveis para o crime, com um faturamento ilícito de R$ 61,5 bilhões ao ano. Estima-se que 13 bilhões de litros sejam comercializados de forma irregular, gerando perdas fiscais de R$ 23 bilhões.
O contrabando e a falsificação de bebidas também representam um mercado expressivo, com ganhos de R$ 56,9 bilhões e um impacto tributário de R$ 72 bilhões.
Além dessas atividades, a extração ilegal de ouro movimenta R$ 18,2 bilhões, enquanto o comércio clandestino de cigarros já causou prejuízos fiscais de R$ 94 bilhões nos últimos 11 anos, representando 7% da receita total do crime organizado.
A pesquisa destaca que a fragilidade da fiscalização facilita essas práticas, permitindo crimes como sonegação fiscal, adulteração de produtos e lavagem de dinheiro. Outro fator relevante é que as penalidades para esses delitos são mais brandas do que para o tráfico de drogas e armas, tornando-os mais atraentes para facções e milícias.
O domínio sobre rotas estratégicas e mercados ilegais fortalece economicamente e politicamente as organizações criminosas, consolidando sua influência em diversas regiões do país.